O Complexo Industrial Portuário de Suape já trouxe diversos malefícios ao dia a dia de comunidades tradicionais pesqueiras do litoral sul de Pernambuco. O conglomerado, de forma desordenada e sem respeitar o meio ambiente e os direitos de populações locais, avança na região alterando não só a paisagem, mas o modo de vida e toda a cultura milenar desses grupos.
Os principais problemas ocasionados por Suape, colocados pelos pescadores e pelas pescadoras artesanais do território, vão desde as questões ambientais ao complexo quadro social. Esses impactos estão relacionados, o que faz com que as questões ambientais interfiram nas sociais ocasionando nas injustiças que se justificam em nome do crescimento predatório do Porto.
Impactos ambientais e sociais denunciados pelas comunidades nos entornos de Suape:
- Desmatamento dos manguezais;
- Poluição das águas dos rios e do mar;
- Extinção/soterramento dos locais de procriação dos peixes devido à dragagem desenvolvida pelo Complexo;
- Derrocamento dos arrecifes;
- Diminuição da produção do pescado (peixes, mariscos, caranguejos etc);
- Diminuição do número de espécies já ameaçadas de extinção: boto-cinza e peixe mero;
- Destruição dos instrumentos de trabalho dos pescadores/as, principalmente as redes de pesca;
- Dificuldade de navegabilidade devido a invasão dos navios do Porto nas áreas de trabalho dos pescadores/as, o que, em alguns casos, também impede a pesca;
- Dificuldade de locomoção entre uma comunidade e outra e dentro das próprias comunidades;
- Expulsão dos moradores do local de suas moradias, que vão em busca de pescado em outras áreas, o que descaracteriza as comunidades;
- Mulheres das comunidades sofrem assédio por parte dos trabalhadores de fora que atuam em Suape;
- Aumento do consumo e tráfico de drogas;
- Aumento da violência.
Confira também o artigo "Suape fora da lei" do professor Heitor Scalambrini Costa: clique aqui.
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